
A segurança privada no Brasil se arrasta. Defasada em nível salarial, consequência dos atrasos tecnológicos e de treinamento, ela é consumida pelo chamado “bico”. A burocracia gerada pelo Estado com suas leis, decretos, portarias, regulamentos e instruções normativas de toda sorte de absurdo – os esquizofrênicos querem regular até o cordão e apito do vigilante, acredita? – simplesmente impede qualquer forma de fazer com que este ramo de atividade se desenvolva.
É verdade, existem muitas empresas e milhões de agentes de segurança privada no Brasil, o que pode fazer parecer que o mercado vai bem. Mas em quais condições?
Em muitos países desenvolvidos, boa parte dos profissionais de segurança privada é egressa da segurança pública. Eles migram para o setor em busca de melhores salários e de melhores condições de trabalho. E no Brasil? Bico.
O camarada que procura alguma segurança para o seu estabelecimento ou para o transporte de sua carga poderia ter uma grande variedade de profissionais especializados – especializados de verdade! – para o trabalho. Em contrapartida, quando ele conhece os inúmeros obstáculos para a contratação de uma empresa séria, o que ele faz? Bico. É mais fácil chamar o agente de segurança pública que saiu do último plantão pra ficar parado igual a uma abóbora na frente da loja.
E o serviço de proteção pessoal (guarda costas, close protection)? Bico. Chama o stive durante a folga.
Enquanto isso os agentes de segurança privada continuam subempregados, mal preparados, com armas do século XIX e impedidos de evoluir, por causa da origem do mal: o Estado.
O Brasil que sonhamos não pode ser refém dos desmandos mancomunados do Congresso e da Polícia Federal. O livre mercado precisa ser livre de verdade.
Eu concordo totalmente com o texto. A segurança privada só existe pra cumprir o que dita a apólice de seguro. Eu fui policial militar e supervisor de segurança em escolta de carga. Portanto sei isso com olhar de dentro. A segurança privada pode e deveria ajudar na segurança pública. Imagine a quantidade de seguranças privados tem numa rua de comércio e deveriam dar sensação de segurança. Mas a realidade é que o vigilante que dá um passo fora de seu local de trabalho com sua arma passa de trabalhador a criminoso em apenas um passo.
Não só destruíram como não querem que renasça.